10 perguntas para Ian Nunes, Gerente de Relações com Investidores na Tegma

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Um dos principais passos para uma startup ser considerada realmente uma empresa promissora é o recebimento de um aporte financeiro. Nesse ecossistema de startups, os olhos e os bolsos são globais e o dinheiro circula em todo o mundo e em todos os setores. Mas há algumas peculiaridades no investimento em startups que diferem do comportamento dos investidores em outros ramos, indústrias e portes de empresas.    

   

No programa de aceleração da tegUP, por exemplo, há apoio de profissionais da área de investimentos para que as empresas incubadas entendam melhor como é o processo de captação de dinheiro no mercado, além, claro, a possibilidade de aportes vindos da própria incubadora ou por indicação dela. A própria Tegma, por ser uma empresa de capital aberto (com ações na bolsa de valores), segue uma série de diretrizes para atender aos anseios dos investidores.     

   

Para quem tem uma startup é fundamental saber se sua empresa está preparada para começar a captação e como funciona esse processo – para que entre nele no melhor momento e munido das melhores ferramentas e informações.    

   

Veja as dicas na entrevista abaixo, feita com quem tem mais de 10 anos de experiência nesse assunto: o Gerente de Relações com Investidores na Tegma, Ian Nunes.     

   

tegUP: Como responsável pela relação com investidores, convivendo com esse nicho diariamente, como você enxerga a busca desses investidores ao escolher a empresa certa para investir? Quais são os principais critérios que esses investidores adotam na hora de montar a carteira de investimentos?     

Ian Nunes: Existem todos os tipos de investidores, desde os que buscam mais agressividade até os mais conservadores. Mas é certo que todos buscam a consistência de argumento da empresa e uma estratégia coerente.    

   

tegUP: No caso da Tegma, que é uma empresa de capital aberto, que tipo de informações ou resultados os investidores buscam no dia a dia? Apenas o lucro importa?   

IN: O lucro é sim importante, mas outros fatores contam bastante, como potencial de crescimento em outros negócios (diversificação), alavancagem, geração de caixa, time de administração, turnos dos funcionários, medidas de sustentabilidade e governança, etc.   
     

tegUP: Quando falamos de tegUP e investimento em startups, você entende que as preocupações dos investidores são as mesmas na hora de escolher em que empresa investir?   

IN: Não, temos outro enfoque na análise de uma empresa já estabelecida e de uma startup. As realidades de risco são completamente diferentes e por isso é necessário ponderar o potencial de ganho e as possíveis inconsistências de estratégias na startup.   
     

tegUP: Há uma busca, no geral, dos investidores por empresas de logística? Por quê?   

IN: Sim, normalmente eles buscam empresas de logística como um meio para se ter exposição a um determinado segmento (como automóveis, e-commerce, etc.).   
   

tegUP: E há essa busca por empresas de tecnologia? Por quê?   

IN: Sim. Atualmente, porque se acredita que a economia do futuro será baseada na tecnologia digital. Portanto, se faz necessário ter uma presença em empresas que estejam lutando para descobrir soluções para problemas antigos que normalmente empresas grandes e estabelecidas não se preocupam tanto.   
   

tegUP: Tratando-se de startups, há alguns pontos que indicam que a empresa está apta a buscar investimentos no mercado?   

IN: O estágio da empresa para conseguir investimentos depende mais do tipo de investidor. Existem desde investidores propensos a investir em ideias até investidores que preferem uma empresa já em operação e mais estruturada.   
   

tegUP: Há diferença nessa busca de investimentos no Brasil e no exterior? As startups brasileiras também estão buscando lá fora? Se sim, por quê?    

IN: Acredito que, como as economias estão tão integradas, a busca por investimentos no mundo inteiro é baseada em soluções que ofereçam melhorias aos problemas do dia a dia e que existam em qualquer lugar. As startups brasileiras já estão captando no exterior, como a CargoX, a 99, entre outras.   
     

tegUP: Há maneiras de as empresas, seja a Tegma, a tegUp ou as startups aceleradas, ganharem mais atenção dos investidores de maneira geral?    

IN: As maneiras mais comuns são primeiro: ter uma estratégia definida, consistente e fácil de entender. E segundo: ter uma comunicação clara, que vá direto ao ponto, que seja abrangente e tenha transparência.   
      

tegUP: As startups que recebem grandes investimentos entram em uma nova fase de negócios ou no geral mantêm as atividades? O que muda nesse momento?     

IN: Normalmente, os aportes são destinados a aumentar a robustez dos sistemas da startup e para investimento comercial para crescimento. E, após os aportes, as startups entram em uma nova fase, com melhorias de governança e controles que dão mais segurança às suas operações.    

  
tegUP: A tegUP, como uma aceleradora que busca inovação e a perpetuidade da Tegma, é também uma maneira de entregar valor para a empresa e, consequentemente, para seus investidores? Por quê?   

IN: Sim. A Tegma acredita que, apesar de ter operações muito bem posicionadas em seus respectivos setores, precisa estar atenta às tendências de digitalização da economia e estar preparada para as demandas da indústria 4.0. Tudo isso vai demandar investimentos para que possamos criar soluções nas diversas áreas tecnológicas e continuar a ser uma pioneira na área de logística como fomos até hoje, mantendo também a atratividade da empresa junto aos seus acionistas.   

   

   

Sobre Ian Nunes, Gerente de Relações com Investidores na Tegma   

Formado em Economia pela Universidade Federal da Bahia e pela Université Paris Nanterre e tendo um BMA no Insper, Ian consolidou sua carreira na área de Investimentos, já tendo como um investidor anteriormente. Na Tegma há mais de 7 anos, interage com mais de 800 analistas por ano, além de agências e demais stakeholders do setor. Na tegUP, é membro do comitê, participando das entrevistas e análises de startups e dos critérios para seleção de empresas pela aceleradora.  

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