10 perguntas para Mário Rodrigues, fundador da Frete Rápido

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Enquanto o mercado de logística estava acostumado a perder horas (e muita paciência) procurando transportadoras, negociando tabelas, assinando contratos e fazendo integrações, um estudante no Espírito Santo viu que era possível fazer diferente. 

 

A Frete Rápido foi criada em 2010, por Mário S. Venturini Rodrigues, junto a seus irmãos (hoje ainda sócios da empresa) para mudar esse cenário que era considerado na época – e ainda recentemente – sem solução. Para isso, estudou, testou e investiu seu tempo e dedicação em tecnologia e na estruturação de um negócio de sucesso, escolhido em 2017 para o Programa de Aceleração da tegUP.   

 

A startup se diferencia hoje no mercado de logística encontrando as transportadoras que podem fazer as entrega, apresentando as opções e permitindo que o cliente escolha qual deseja contratar eacompanhe em tempo real tudo sobre suas cargas, seus gastos, rastreios e performance em tempo real. 

 

A empresa, em poucos anos, já acumula entregas realizadas em mais de 44 mil diferentes faixas de CEP e mais de R$ 2 bilhões de Nfes (Nota Fiscal eletrônica) emitidas. Em 2016, foi a única startup brasileira de logística a compor o Pacto Global da ONU, que atua em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), gerido por  organizações de referência em sustentabilidade e empresas líderes em setores estratégicos para a economia brasileira. 

 

Abaixo, Rodrigues responde 10 perguntas para contar em detalhes como foi esse processo e quais os passos mais importantes que hoje inspiram outras startups a alcançarem o patamar alcançado pela Frete Rápido. 

 

 
tegUPComo foi criada a Frete Rápido?  

Mário RodriguesA ideia da Frete Rápido surgiu em 2007, na época eu trabalha como Representante Comercial no Espírito Santo, fornecendo aviamentos para as indústrias de confecção (o Espírito Santo é um polo nesse setor). Via meus clientes (fabricantes de roupas) com dificuldade na hora de enviar suas produções para todas as partes do País. Poucas vezes eles consultavam mais de uma transportadora e, quando faziam, era por e-mail, telefone ou calculando tabelas de fretes impressas. Esse tempo de retorno nunca era ágil, às vezes a cotação era solicitada em um dia, mas retornava apenas no dia seguinte. 

 

Tive a ideia de construir uma ferramenta que aproximasse os Embarcadores (empresas que demandam pelos serviços de transportadoras) e as Transportadoras. 

 

Comecei a estudar o mercado de logística e daí surgiu a ideia da Frete Rápido. Fiz toda minha faculdade de Administração focado em empreender e, no ano de 2010, já com meus irmãos (que são sócios até hoje), tentamos fazer a empresa.  

 

Como foram os primeiros anos da Frete Rápido? 

O primeiro ano prefiro classificar como “Ano de aprendizado”, pois não conseguimos fazer a empresa da forma como gostaríamos. Faltava muita tecnologia nas transportadoras, o máximo que conseguiríamos fazer seria um formulário para cotação de frete, que precisaria ser lido, calculado manualmente e respondido. 

 

Não desistimos da ideia e seguimos acompanhando o mercado. No final do ano de 2014, vencemos o Tecnova da Fapes e Finep, com o projeto Frete Rápido. Contratamos pessoas, buscamos nos aproximar mais das transportadoras para entender o cenário delas (limitações, oportunidades e, principalmente, a visão delas as barreiras). No ano seguinte (2015) recebemos investimento anjo. 

 

Quais os diferenciais da Frete Rápido em relação às demais empresas do mercado? 

Em 2016 nos tornamos a única startup brasileira de logística a compor o Pacto Global da ONU (http://pactoglobal.org.br/). Ainda no ano de 2016, começamos a ser procurados por transportadoras – houve uma inversão nos papéis.  

 

Começamos 2017 com a empresa mais sólida, com o produto pronto e rodando grandes operações do e-commerce brasileiro. prova são os números: foram entregas realizadas em mais de 44 mil diferentes faixas de CEP e mais de R$ 2 bilhões de Nfes (Nota Fiscal eletrônica) emitidas. 

 

Por que buscaram o programa da tegUPQuanto tempo a empresa já tinha quando entraram no programa? 

Vimos na TegUp uma grande sinergia com a Frete Rápido, exatamente por ser a primeira aceleradora específica de logística. Tínhamos 2 anos e meio de empresa quando entramos no programa. 

 

Qual foi a estratégia de vocês para serem vencedores desse programa?  

Sempre buscamos aprender, somar e multiplicar conhecimento e valores. Estivemos abertos o tempo todo para a tegUP e sua equipe. Também buscamos extrair o máximo deles, em conhecimento, networking e negócios. Acredito que nossa estratégia foi mostrar a eles como a Frete Rápido é, onde queremos chegar e como vamos chegar. E, então, eles também viram uma sinergia muito grande. 

 

Como foi cada etapa desse processo de aceleração da tegUPE o que cada etapa teve de mais interessante? 

É um processo longo e minucioso. Todos os envolvidos precisam estar convictos daquilo que buscam e onde querem chegar.  

Foram muitas empresas inscritas e a cada etapa o grau de exigência e maturidade requerido por eles aumentava bastante. E isso acabou sendo bom, pois de certa forma exigiu que as empresas fizessem constantes revisões sobre seus modelos de negócios e produtos. 

 

Olhando a empresa quando entrou no programa de aceleração e hoje, é possível ver uma diferença? 

Sim, é possível. Aproveitamos a aceleração para amadurecer desde pessoas a processos internos, além do relacionamento com nossos clientes.  

Posso afirmar que a Frete Rápido está mais madura, as pessoas mais confiantes e prontas para levarem a empresa a um outro patamar. 

 

Há mais iniciativas que estão por vir após essa fase de aceleração? Qual o crescimento esperado da empresa?  

Estamos em fase de Due Diligence (processo de investigação e auditoria nas informações de empresas) com a Tegma para investimento e estudando alguns negócios para explorarmos juntos. Nossa meta é audaciosa: crescer 200% nos próximos 12 meses. Mas sabemos que é possível e estamos nos preparando para isso. 

 

Qual é a visão da Frete Rápido sobre empreender nesse segmento?  

O setor de logística é um dos mais fechados no Brasil. Mesmo que haja muito espaço para novos negócios, as barreiras criadas e impostas pelos grandes players muitas vezes são quase intransponíveis. 

 

Que dica você daria para outras startups que querem traçar esse mesmo caminho? 

A principal dica que dou aos novos empreendedores é de que se certifiquem de que sua empresa gerará valor não apenas para você e sim para todos envolvidos (parceiros, clientes, fornecedores, entre outros). Assim será mais fácil ter aliados e conseguir penetrar nesse segmento. 

 

 

Sobre o Autor
tegUP é uma aceleradora de startups e braço de inovação aberta da Tegma Gestão Logística. A aceleradora apoia startups e empresas de tecnologia transformadoras que ofereçam produtos, serviços e tecnologia relacionados ao universo da Logística, apresentem alto potencial de evolução e necessitem de algum tipo de suporte para acelerar seu crescimento. Saiba mais: www.tegup.com 

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